quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Fanfiction – A derrota do Super-Homem (Superman) - Parte 3




Já no voo para São Paulo, Clark Kent pesquisou sobre Roni. Não descobriu nada demais. Fora preso por assalto a mão armada. Estava solto após cumprir parte da pena, e por ter bom comportamento na cela. Instigar o Super-Homem deve ser o maior desafio de sua vida pouco movimentada, pensou o repórter. Será necessário muita cautela e paciência para que ninguém saia ferido.

No esconderijo, Roni tomava conhecimento da repercussão de seus vídeos. Muitos o apoiavam, marcando protestos e passeatas contra a presença do Super-Homem no Brasil. Mas a maioria condenava o criminoso. Nada além do esperado. Porém, mexer com o orgulho do herói, conseguir com que ele viesse para a América do Sul já era uma vitória. Ou melhor, a primeira vitória da batalha. Teria de ser muito cuidadoso para não perder as seguintes – e a guerra, consequentemente.

***

Roni entrou calmamente no apartamento vazio que servia de cativeiro para uma de suas vítimas. Olhou a refém, sentada em uma cadeira, com um capuz cobrindo a cabeça. No ponto em que terminada o adereço era possível ver alguns dos fios de cabelo da moça. Eram castanhos claros.

- Sabe, você é uma pessoa muito importante. Não só para mim, mas para muitas pessoas. Seus familiares, amigos, namorado. Porém, somente para este que vos fala, é que você vai fazer um favor dos grandes. E o melhor: sem perceber, e nem mover um dedo. Não é demais?

Embaixo do capuz, via-se manchas de umidade. Ela estava chorando. Tão logo isto se tornou perceptível aos olhos, passou a soluçar.

- Ora, não chore – Roni disse ao tirar o pano que cobria o rosto da jovem. Você tem um rosto muito bonito. E fique tranquila...

Por um instante, o bandido parou, como se pensasse no que iria falar. Retornou a expelir palavras, desta vez num tom muito mais alto e agressivo que o anterior.

- O pior que pode acontecer a você é a morte, minha querida. A morte. E mesmo que você viva, eu terei derrotado o Super-Homem. Sabe o que isso significa, não é? Hahaha.

***

O dia amanhecia. Vestido como Clark Kent, Kal El decidiu sair pelas ruas de São Paulo à procura de pistas sobre o paradeiro dos seqüestrados. À paisana, usaria os super-sentidos para captar qualquer anormalidade, já que seria impossível se comunicar com alguma fonte que não falasse inglês. Decidiu ir a uma delegacia próxima ao hotel.

Desceu até o refeitório. Após o café da manhã, sairia para, como dizem os turistas, bater perna. Comeu ovos, iogurte e um pedaço de pão. Subiu de volta ao quarto, escovou os dentes enquanto assistia à televisão (sem entender uma palavra do que era dito), apanhou seu bloco de anotações e desceu até o saguão principal.

Contudo, somente o Super-Homem (Superman) poderia atravessar a porta do hotel – e voando. O local estava tomado por jornalistas. Quando viram o correspondente do Planeta Diário, um alvoroço começou.

- Já tem pistas sobre o criminoso? – um perguntou.
- O Super-Homem virá ao Brasil? – outro exclamou.
- Can you give me an exclusive interview? – um poliglota tentou perguntar.

A única saída voltar ao quarto de hotel. De lá, Clark Kent faria contatos por telefone para conseguir fontes. À noite, decidiria se Super-Homem (Superman) sairia à caça do bandido. Mas tinha certeza de que não poderia demorar, senão perderia os reféns.

Por alguns instantes, Kal El sentiu-se acuado. Naquele momento, estava perdendo a luta. Sequer conhecia a geografia e a língua locais. Tinha medo de, em um passo em falso, perder a guerra. Tais sentimentos não condiziam com a história e os feitos do Super-Homem (Superman). Decidiu, então, tentar algo que já havia feito outras vezes. Iria voar até um ponto alto o suficiente para ouvir tudo o que ocorria ao redor, sem ser visto. Ninguém poderia saber que já estava em território brasileiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário