quarta-feira, 9 de junho de 2010

Lúcio e Meg - Parte 3


Alguns dias antes de encontrar Meg para fazerem uma pesquisa, Lúcio pensou em escrever uma carta à mulher amada. Eis o que o mestrando pôs no papel:


“Minha amada Meg,

Durante muito tempo, mais precisamente na minha infância, sentia que as pessoas tinham uma necessidade grande de amar alguém. Não só o amor físico, o sexo, o toque, o beijo, mas o companheirismo, o sorriso, o estar junto, o compartilhar (coisas tangíveis e intangíveis).

Desde que a conheci, passei a sentir este amor. Veja bem: nunca nos tocamos, jamais ficamos a menos de um metro de distância. Ainda assim, eu a amo. Penso em ti por horas a fio, durante as aulas, durante os sonhos, no ônibus, na fila do bando.

Eu gostaria de compartilhar este amor contigo. Queria muito que nos conhecêssemos, compartilhássemos segredos, sonhos e até mesmo, quem sabe, postos de trabalho, já que estudamos os mesmos assuntos.

Ainda assim, sei tão pouco sobre você. De quais filmes gosta. De qual tipo de música. Quais lugares que freqüenta. Que horas dorme, que horas acorda.

E quem sabe, se você se apaixonar por mim, a gente se case. Viveríamos um em função do outro. Os dois em função dos frutos. Assim, minha vida seria completa. O amor me completaria.

Com amor,
Lúcio”

Após escrever estas palavras, naquela noite, o rapaz se libertou de uma angústia sem tamanho. E conseguiu dormir. Com um sorriso no rosto.

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