terça-feira, 1 de junho de 2010

Lúcio e Meg – Parte 1


Ela estava ali, sentada do lado de Lúcio, a assistir mais uma das intermináveis aulas. O curso era puxado – mestre em botânica – e necessitava toda a atenção necessária. Margarete, mas conhecida por todos como Meg, não era lá a mulher mais bonita do curso, sequer da universidade. Mas para um homem apaixonado, a mulher pode ser privada de todos os recursos estéticos comuns à maioria das pessoas, que ela será a mais bela de todas.


Lúcio mal podia esperar para acabar a aula. Iria agarrar a mulher amada e tascar-lhe um beijo, daqueles cinematográficos, na frente de todos. Encostaria a mulher na parede, seguraria em sua nuca e encostava os lábios com força e veemência em um primeiro momento. Em seguida, apenas daria pequenos toques para sentir o odor do perfume exalado tanto da boca quanto do pescoço da morena.

Logo abriria um sorriso e olharia nos olhos de Meg, que com a boca semiaberta indicaria a vontade de voltar ao beijo, e as conseqüências deste. Algumas pessoas iriam olhar a cena comentar com o colega ao lado, dando pequenas risadas e com um olhar invejoso. Outros reparariam no momento íntimo do casal e não esboçariam qualquer reação. Já a maioria, atrasada para a aula posterior ou para algum compromisso fora das atividades acadêmicas, sequer perderia um segundo para observar um casal apaixonado.

A sombra do canto escolhido por ambos para iniciar os abraços contrastaria com a luz do meio dia no Brasil. O silêncio de uma universidade à hora do almoço seria interrompido pelos sussurros e pelos gritos de paixão internos das mentes de Lúcio e Meg.

Ele passaria a mão no cabelo da bela. A protegeria, alimentaria, faria todo o possível para que estivessem sempre juntos. E quando não conseguissem, ele pensaria nela o tempo todo. Não importa que o desempenho escolar caísse. Não importa que a conta do banco passasse para o vermelho. Tê-la em seus braços e sua mente era o mais importante.

A despedida seria com o coração apertado. Promessas de amor seriam ditas. Juras de fidelidade e eternidade da relação proferidas. Os olhos brilhariam mais do que nunca, e apenas a expressão serena e sorridente já denunciaria a felicidade completa para ambos.

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