terça-feira, 31 de agosto de 2010

Noite de sábado



Fazia tempos que não se sentia assim, tão só. E estava adorando. Desta vez, poderia ficar apenas com a cueca samba-canção, tão renegada pelas namoradas mas ótima nos dias de calor, deitado no sofá assistindo ao filme que ele (e apenas ele) escolheu para deixar passar duas horas.

Ah sim, sem formalidades. Deixou o banho para a manhã seguinte, conseguiu ver como ficava o apartamento sem a menor luminosidade, com exceção  apenas da claridade emitida pelo aparelho televisor. Ouviu pela primeira vez o barulho do vento na janela da sala, os passos do apartamento acima - cujo barulho de saltos altos indicava a presença de algumas mulheres, o que o deixou já entusiasmado pelas próximas reuniões do condomínio.

E a batata frita de pacote, dessas que fazem muito barulho ao serem mastigadas, pôde ser degustada à vontade. Para a sobremesa, um pequeno pote de sorvete, e uma taça de suco de uva puro, sem açúcar, fecharam o momento.

Tudo isso ao som de um filme há tempos na lista. Não era romântico, nem dramático, ou mesmo acrescentava inteligência ao espectador. Era puro entretenimento, desses para se conversar com os amigos em uma mesa de bar ou após uma partida de futebol. O filme acabou, o sono bateu. Dormiu em paz.

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